10 mitos sobre o uso da tecnologia na educação

Contei para vocês que participei do Workshop “Novos Desafios Escolares na Era Digital” lembram? E hoje eu trago um post que venho amadurecendo há um tempo e que, no dia do evento, ele terminou de se formar aqui… É sobre o uso da tecnologia na educação.

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Quando eu estava na escola, tive o primeiro contato com computadores e, naquela época, eles eram apenas ferramentas mesmo. Ainda não existia a internet como é hoje – aberta e livre para todos, usávamos o computador para digitar um texto ou montar uma planilha, enfim.

Já na faculdade o computador ainda era a ferramenta que fazia o seu trabalho ter um acabamento melhor mas se a ideia não fosse boa, não havia photoshop que salvasse. (estudei design gráfico)

E aí que, com a multiplicação dos PCs nas casas e escolas, a computação ubíqua, ou seja, presente em diversos suportes, não só no computador e a produção desenfreada de conteúdo para a internet, o computador e a tecnologia ganharam um outro status na vida das pessoas e há uma confusão sobre as reais vantagens da educação com o computador/internet no dia-a-dia.

No workshop o Dr Cristiano Nabuco de Abreu mostrou o outro lado da moeda, ou seja, o que o uso excessivo de tecnologia pode causar. E reuni aqui os

10 mitos sobre o uso da tecnologia na educação

1. Mais informação, menos atenção: temos acesso a mais informação com o computador/internet, mas as pessoas estão condicionadas à leitura em F, ou seja, não lêem mais conforme o padrão ocidental (da esquerda para a direita, de cima para baixo)

2. Mais conhecimento: Infelizmente, o simples fato de ter acesso a uma informação não gera conhecimento. Conhecimento é gerado a partir do que você faz com toda essa informação. Junta A com B e resulta em AB ou C, conforme sua expertise e bagagem cultural.

3. Desenvolvimento do raciocínio: a verdade é que temos uma carga cognitiva MAIOR, mas a capacidade de gerar conhecimento é menor atualmente.

4. Raciocínio completo: com o excesso de informações, notificações e etc temos o modelo de raciocínio interrompido. Não conseguimos finalizar tarefas/pensamentos. (e vamos para o próximo mito)

5. Multi-task: Podemos até ser multi tarefas, mas deixamos muito mais coisas sem fazer ou incompletas porque somos interrompidos o tempo todo.

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6. Auto-estima: na era dos selfies imagina-se que as pessoas estão se amando e etc, mas a verdade é que a grande maioria está dependente de uma imagem social que, muitas vezes, gera angústias, ansiedade e até depressão.

7. Tecnologia de ponta: não precisamos ter em sala de aula a tecnologia de ponta. As crianças tem muitas vezes, isso dentro de casa. A escola não precisa ter lousa digital, um computador ou tablet por aluno, precisa orientar que a tecnologia é só instrumento e não o resultado.

8. Internet fulltime: nem os CEOs do Vale do Silício acreditam nisso e você acredita? As crianças não precisam de internet e tecnologia na escola o tempo todo. Precisam de estímulo e precisam brincar. Os maiores (fundamental 1 e 2) precisam de direcionamento nas pesquisas. Tecnologia tem hora e lugar. Não é verdade que temos o conhecimento em nossas mãos porque temos acesso a tecnologia. Porque muitas vezes o uso de um smartphone ou tablet está direcionado “apenas” para o entretenimento em redes sociais ou jogos.

9. Conectado com milhares de pessoas: uma grande amiga minha, a Martha Gabriel, fala essa frase há anos:

A tecnologia serve para aproximar quem está longe e não afastar quem está perto.

E a sensação de que estamos conectadas com milhares de pessoas é ilusória, pois ela conecta mas isola, diminui a intimidade, afasta gerações.

10. Evolução do cérebro: essa é a informação que mais me chocou – o uso excessivo de tecnologia desgasta os neurônios da mesma forma que o uso de álcool e drogas. Ou seja, tecnologia vicia e faz mal quando usado sem controle.

Gente, não é pra proibir ok? É só para entender a realidade do uso excessivo e tentar estabelecer momentos claros de uso na rotina dos nossos filhos.

O Dr Cristiano contou de casos de crianças com 2 anos e meio que já são viciadas (não, não vou entrar no mérito de quem é a culpa porque todos nós sabemos) e também de um adolescente que passa mais de 50 jogando, sem parar para comer ou ir ao banheiro.

São casos extremos? Não sei… já andaram de metrô e repararam em quantas pessoas estão com o celular na mão o tempo todo?

E aí eu penso que a escola de 20 anos atrás estava mais adequada ao uso da tecnologia do que as escolas de hoje que querem entulhar a sala de aula com pirotecnia e acabam dispersando ainda mais os alunos. E falo isso como mãe e educadora.

beijos
Lele

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