Confraria Literária – 6o capítulo

Convidada pelo meu amigo e blogueiro Gui, resolvi participar da Confraria Literária, dando sequência com o sexto capítulo. Para saber mais, veja aqui a explicação, e os capítulos 1, 2, 3, 4 e 5.

Confraria Literária – Capítulo 6

Com a visão confusa pela recente mudança de luminosidade, Robert custou a acreditar que era ela, ali, em seu refúgio. Ficou paralisado. Ela, sem dar atenção ao seu jeito atônito, caminhou em direção ao chalé. Ouvia-se apenas os sons da respiração ofegante dele e do farfalhar das folhas secas de outono que ela movia ao caminhar.
Robert checou as condições do interior do chalé, arquitetando estratégias, caso fossem necessárias – e, claro, pensou ele, seriam. Caminhou até a porta e, antes mesmo que ela a tocasse, abriu-a de súbito.

Vestida com um sobretudo claro, botas marrons e uma echarpe de seda em tons de magenta, ele não pode deixar de notar sua elegância. Sem dizer uma só palavra, ela levou a mão direita ao bolso do casaco e estendeu-lhe o braço com um pequeno envelope impecavelmente branco e fino. Olhou-o de cima abaixo antes de girar sobre os pés e retomar o caminho de origem em direção ao carro.

Na soleira da porta, vendo-a manobrar o carro e sumir pela estradinha, Robert desviou o olhar para o envelope, sem acreditar no que acabara de acontecer.

Ainda ofegante, virou-se, fechou a porta, e caminhou até a sua poltrona. Com as mãos trêmulas, colocou o envelope sobre a mesinha lateral, junto ao cinzeiro, e sentou-se. Acendeu um cigarro, na esperança de que lhe desse a calma necessária para decidir o que faria a partir da leitura do conteúdo do envelope.

P.I., agora é com você.