Criando meninos feministas (ou apenas decentes)

Toda vez que penso que estou criando um casal de filhos penso no quanto quero que eles desenvolvam o RESPEITO pela individualidade do outro, entre eles e entre os amigos. Penso também no quanto precisamos de pessoas que sejam livres de preconceito e respeitem as escolhas do outro.

Minha irmã me indicou um artigo do The New York Times e eu resolvi trazer alguns pontos chave do post para cá porque informação compartilhada é MUITO melhor!!

criando meninos

Criando meninos

Sou a filha caçula de uma casa com 4 mulheres (minha mãe + 2 irmãs e eu). A convivência com meninos se dava na escola e na rua (SIM!! minha geração brincava na rua! que delícia!), além da presença autoritária e machista do meu pai.

Aquela frase “isso é coisa de menino” não habitava muito nosso lar, acho que porque a gente também não extrapolava demais, só quando passamos pela fase de querer andar de skate mas nem durou tanto tempo…

Hoje há uma preocupação grande em “empoderar” as meninas para que elas combatam os esteriótipos, mas o que fazemos em relação aos meninos? Que tipo de conceitos e informações passamos a eles para que eles também não perpetuem os esteriótipos femininos?

Equilíbrio

Sim, está aqui de volta a nossa tagline do EQUILÍBRIO! Se queremos filhas feministas, precisamos deixar os meninos livres também, sem a cobrança de serem durões, fortes, provedores e etc.

“Estou feliz por ter começado a criar nossas filhas mais como nossos filhos, mas nunca funcionará até que nós criemos nossos filhos mais como nossas filhas”. Gloria Steinem*

*Gloria Steinem (Toledo, 25 de março de 1934) é uma jornalista americana, célebre por seu engajamento com o feminismo e sua atuação como escritora e palestrante, principalmente durante a década de 1960.

Os homens estão ficando para trás na escola e no trabalho porque não estamos criando meninos para ter sucesso na economia nova e rosa – liderada por mulheres, muito além da Mary Kay.

Habilidades como cooperação, empatia e diligência – muitas vezes consideradas femininas – são cada vez mais valorizadas no trabalho e na escola de hoje em dia, e os empregos que exigem essas habilidades crescem mais rápido.

12 Dicas para criar meninos feministas

criando meninos

As dicas foram elaboradas a partir das pesquisas mais recentes sobre comportamento, gênero e sociedade, com a análise de neurocientistas, economistas, psicólogos.

Vamos entender feminista simplesmente como alguém que acredita na plena igualdade de homens e mulheres. E a lista vale para quem quer criar filhos que são gentis, confiantes e livres para perseguir seus sonhos.

  1. Deixe-o chorar
    Homem chora sim, os sentimentos estão aí e precisam ser vividos/sentidos. Não vamos endurecer esses corações nem fazê-los acreditar que isso é coisa de gente frágil.
    A variação de sentimentos: medo, raiva, dor, felicidade é boa para todos os gêneros.
  2. Seja o modelo
    Meninos são mais receptivos a modelos do que meninas e eles precisam de uma referência paterna forte, segundo pesquisas. Equilibre as referências com mulheres fortes também, claro!
  3. Deixe o menino ser ele mesmo
    Mais uma descoberta da pesquisa: princesas num mundo cor de rosa e caminhões azuis, não estão apenas no corredor de brinquedos, mas em copos e escovas de dentes. Não é de admirar que os interesses das crianças acabem por se alinhar dessa maneira.
    Para que as crianças atinjam todo o seu potencial, precisam seguir seus interesses, tradicionais ou não. Então, deixe-os. A ideia não é assumir que todas as crianças querem fazer as mesmas coisas, mas garantir que elas não sejam limitadas.
    Aqui Otavio já andou com bonecas por vários meses seguidos e, vira e mexe, quer colocar pulseiras e coisas da irmã. Acredito que muito pelo modelo e por admirar a Isa.
     
  4. Ensine-o a cuidar de si
    Parece que os pais delegam mais obrigações “de casa” para as meninas deixando os meninos livres desses compromissos com a ordem. Segundo pesquisaas meninas americanas de 10 a 17 anos passam mais duas horas em tarefas domésticas a cada semana do que os meninos, e os meninos são 15% mais propensos a pagar por fazer tarefas domésticas. 
  5. Ensine também a cuidar do outro
    As mulheres ainda cuidam mais – de crianças e das pessoas mais velhas – e do trabalho doméstico, mesmo quando ambos os pais trabalham em tempo integral, mostram dados .
    É importante falar Fale sobre como os homens equilibram o trabalho e a família, e como os filhos e não apenas as filhas devem cuidar de pais e parentes quando eles são velhos.
    Devemos incentivar o cuidado com um amigo ou parente doente ou com o animal de estimação.
     
  6. Compartilhe o trabalho
    Quando possível, resista aos papéis de gênero no trabalho doméstico e na assistência à infância entre os pais. As ações falam mais alto do que as palavras, disse Dan Clawson, um sociólogo da Universidade de Massachusetts, Amherst: “Se a mãe cozinhar a comida e limpar a casa e o pai limpar o quintal, as lições são aprendidas”.
    “Homens criados por mães empregadas são significativamente mais igualitários em suas atitudes de gênero”, disse Kathleen McGinn , professora da Harvard Business School.
  7. Incentive amizades com meninas
    Pesquisas na Arizona State University descobriram que, no final da pré-escola, as crianças começam a segregar-se por sexo, o que reforça os estereótipos de gênero. Mas as crianças que são encorajadas a brincar com amigos do sexo oposto aprendem melhor resolução de problemas e comunicação.
    Meninos que têm amizades com meninas também são menos propensos a pensar em mulheres como conquistas sexuais. Isso não é mesmo ÓTIMO?
  8. Ensine “não significa não”
    Outras formas de ensinar respeito e consentimento: Exigir que as crianças perguntem antes de tocarem os corpos uns dos outros desde cedo, já na pré-escola. Além disso, é importante ensiná-los o poder da palavra sem parar de fazer cócegas ou lutando com eles quando eles dizem isso.
  9. Fale quando outros são intolerantes
    Diga algo quando você vê provocações ou assédio, e estimule os meninos para que eles possam intervir quando vêem isso.
    Fale quando são inapropriados, também. “Meninos serão meninos” não é uma desculpa para o mau comportamento. Espere mais deles. “Esteja atento ao redirecionar a conduta que é degradante, intolerante, desrespeitosa, ofensiva”, sugere King.
  10. Nunca use “menina” como insulto
    Sabe aquilo do “menininha-a”? Não use, jamais!
    Não diga – e não deixe seu filho dizer – que alguém joga ou corre como uma menina, ou use “mariquinhas” ou qualquer um dos seus sinônimos mais ofensivos. O mesmo para piadas sexistas.
  11. Leia muito, incluindo histórias dos dois gêneros
    Você provavelmente já ouviu falar que os meninos se destacam em ciência e matemática, e as meninas em línguas e na leitura. Os estereótipos podem tornar-se auto-realizáveis. As mães falam mais com as filhas do que com os filhos, de acordo com uma meta-análise do Sr. Leaper. Lute contra o estereótipo falando com meninos, lendo-os e incentivando-os a ler.
    Leia sobre uma grande variedade de pessoas e histórias que quebram o modelo, não apenas sobre os meninos salvando o mundo e as meninas que precisam ser salvas. Quando um livro ou uma notícia se encaixa nesse modelo, fale sobre isso: por que a mãe nos ” Berenstain Bears ” sempre usa uma roupa de abrigo e raramente sai da casa? Por que uma fotografia de notícias mostra todos os homens brancos?
    “Isso deve começar aos 3 anos, quando eles realmente pegam estereótipos e observam-nos”, diz Brown. “Se você não os ajuda a rotulá-los como estereótipos, eles assumem que é assim que é”.
     
  12. Comemore a infância
    Crianças precisam ser crianças. Precisamos continuar criando meninos com esse olhar: para que sejam tão fortes quanto possam, tão sensíveis quanto desejem, tão livres quanto permitirmos (e devemos permitir MUITO!).
    Criança feliz, criada com atenção, carinho, amor refletirá isso no mundo em que viverá quando adulto.

Eu simplesmente amei esse artigo que me serviu de fonte e é por isso que eu quis compartilhar com vocês.

Vamos incentivar e compartilhar tudo aquilo que constrói e formará uma sociedade mais igual, entre gêneros, pelo menos.

beijos
Lele

Artigo original por e  by

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15 comentários em "Criando meninos feministas (ou apenas decentes)"

  1. Perfeito, Le! Adorei! E que sintonia a nossa hein rs? Aqui estamos tentando aos poucos quebrar esses costumezinhos machistas enraizados em todos, meninos já ganhando responsabilidades nas tarefas da casa e o respeito é sempre a base de tudo! É fazer nossa parte para tentar superar as influências negativas externas que muitas vezes eles acabam encontrando.. beijo

    1. Isso Cy
      precisamos pensar no meio todo que é contaminado e tentar criar valores fortes.
      bjs

  2. Que tema legal de ser abordado! Tenho muita preocupação em relação à isto na educação do Daniel e sempre busco os itens acima com intensidade. Creio que os papais ainda estão mais devagar nesta mudança, mas vamos em frente nós mamães incansáveis, buscando uma criação melhor aos nossos filhos! bjooo

    1. Verdade Elaine, tem uma cultura machista ainda muito forte que prevalece mas somos incansáveis! heheh
      bjs

  3. Adorei as dicas! Eu penso bastante nisso por aqui também.
    Fiz até uma poesia falando que cada um pode pintar seu mundo da cor que quiser:
    http://somelhora.com.br/2017/05/11/mae-de-menino/

  4. Adorei seu post. Aqui em casa tenho menino e eu ensino a ele que cuidar das tardefas domésticas também é coisa de menino. O pai faz a comida, arruma a cama, o dindo cozinha e por aí vai. Exemplos não faltam. E tudo se aprende pelo exemplo. Adorei o post e obrigada por compartilhar com a gente.

    1. Isso mesmo, educação pelo exemplo.
      beijos

  5. Claudia disse:

    Muito bom seu post
    Também pensamos e compartilhamos estes exemplos por aqui.
    Gosto muito de artigos deste tipo, eles sempre nos esclarecem.
    Bjs

  6. Pauleni disse:

    Aqui os meninos adoram ajudar a mamãe na cozinha, nas tarefas e brincam muito de tudo e com todos os amigos ou amigas.

    Bjs

  7. Michele Gobbato disse:

    Adorei o post, dicas ótimas aqui o Gui ajuda, tem dia que ele mesmo que pede para fazer as coisas, como varrer, passar aspirador, lavar louça

    Bjs Mi Gobbato

  8. Eu não tenho meninos, mas se tivesse gostaria de criar assim. Iria te pedir muitos conselhos. Amei o post.
    beijos
    Chris

  9. Parabéns pelo post! Nos dias em que só encontramos rosa com personagens de meninas entender um pouco que eles também podem – e devem – participar de todas as atividades é bacana. Crianças são puras e elas devem viver a infância na sua plenitude.

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