Você sabe como é um processo de criação? Quais são as pesquisas, equipes e materiais envolvidos para produzir um carro, por exemplo?
O desenvolvimento de um carro leva anos e começa justamente ouvindo os consumidores. Na Ford, após o time de Marketing Estratégico identificar padrões de usos e desejos entram em cena as equipes de design e de experiência do usuário (UX), que darão vida ao novo veículo.
Tive o prazer de ver de perto e saber mais sobre tudo isso no Ford Design Feeling 2017. Como designer, estar de novo numa experiência imersiva de design e UX de produto, foi realmente incrível já que meu foco de trabalho é gráfico e digital.
O processo começa com a análise de todos os dados relevantes sobre o cliente alvo (ou personas) para um determinado veículo. No primeiro espaço do evento, demos de cara com elas!
Com as informações da área de Marketing Estratégico o time de Design começa as pesquisas extraindo ideias de peças de arte, arquitetura, tecnologia, comportamento vestuário e acessórios. “É um mundo de informações que absorvemos e a partir das quais damos vazão à criatividade”, afirma Adília Afonso, supervisora de Design da Ford América do Sul.
Num bate papo com Adília e o grupo de influenciadores, falamos sobre os Bureaus de tendências que apontam direções mas é o time de design, junto com seus fornecedores, que decide o que usar e como. Por exemplo, uma paleta de cores indicada pelo bureau não será, necessariamente, aplicada na cor externa dos carros. Eles utilizam nos acabamentos internos, detalhes dos tecidos e do couro dos bancos e acessórios que podem até passar desapercebidos numa olhada rápida.
As pesquisas para o desenvolvimento de um produto pode começar até 4 anos antes. “As pesquisas nos permitem observar, de forma imersiva, os comportamentos dos consumidores de modo a entendermos suas expectativas de uso do produto e traz estas informações para o desenvolvimento”, realça Matheus Demetrescu, gerente de Experiência do Usuário da Ford.
O passo seguinte é segmentar a pesquisa por assunto e buscar o material com os fornecedores de tecido, textura e tintas de interior e exterior, juntamente com o perfil do cliente e a categoria de carro.
Cada um desses fornecedores também apresenta um estudo de tendência com muitas imagens. A partir daí as ideias começam a ser lapidadas e são transformadas em materiais. A cada encontro as propostas de design vão sendo reduzidas até a definição de duas amostras selecionadas pra cada categoria.
Após afunilar as amostras o time de Design produz as peças – bancos representativos, interiores de um veículo e aplicação de textura nas partes correspondentes, tintas nas áreas específicas, externas e pintam as portas.
Um dos pontos altos do espaço Ford Design Feeling foi a apresentação dos trajes de empatia.
A Ford, em parceria com seus centros de pesquisa na Europa, desenvolveu vestimentas que simulam, em situação próxima do real, os efeitos da gravidez, terceira idade, uso de drogas e embriaguez ao dirigir um veículo. Usadas pelos seus especialistas para pesquisar todos os aspectos e diferentes condições de uso ao volante, o objetivo dos trajes é entender as dificuldades e limitações e também conscientizar sobre o perigo mortal de dirigir sob efeito de álcool ou de drogas.
Essa técnica de simulação contou com a contribuição de cientistas que pesquisaram os efeitos da redução de mobilidade para ajudar no desenvolvimento dos carros da marca e proporcionar mais conforto e melhor dirigibilidade para os motoristas. “Queremos que as pessoas possam se colocar no lugar de gestantes e idosos, por exemplo, e entendam como é entrar e sair do carro, dirigir e até sentir a posição do volante”, Matheus Demetrescu, gerente de Engenharia.
GRAVIDEZ
Só que já passou por isso sabe como estar grávida e dirigir confortavelmente é uma tarefa quase incompatível…
O traje de empatia permite que qualquer pessoa tenha as mesmas sensações de uma gestante ao volante. O traje adiciona 13 kg ao usuário, reduz os movimentos e o conforto, simulando as limitações físicas durante a gravidez.
Vimos ainda os trajes:
Impossível sair de um evento desses sem ser impactado, tanto pelo processo de criação quanto pela preocupação com a experiência do usuário.
E ainda saio com um gostinho nostálgico com lembranças da faculdade, modelagem em clay e ilustração com canetinhas especiais. Muito bom ver como as técnicas evoluem e como as empresas levam a sério as pesquisas e o foco no usuário.
Experiência incrível!!! E nos próximos dias teremos mais novidades aqui sobre tendências de CORES para 2017! AGUARDEM!!!
beijos
Lele
2008-2020 © Eu e as crianças | Criação: Helena Sordili | Desenvolvimento: Carranca Design por Felipe Viana
Foi realmente maravilhoso ver todo processo de criação e execução do início de um carro! Tudo muito interessante e para mim uma descoberta do desconhecido.
Nossa Lele. Queria muito ter ido!!!! O processo de criação é o que pega quando pensamos no que gostamos. Quero ver essas novidades das cores de 2017 (curiosa)
Nossa, muito interessante, eu não fazia ideia do processo!
Clau
@AsPasseadeiras
Oi Lelê,
é muito interessante conhecer todo o processo de desenvolvimento de um produto. É muito mais cosa do que a gente imagina. É um trabalho de pesquisa enorme e bem fundamentado. Muito legal o seu post explicado mais esses detalhes.
beijos
Chris
Trabalhei em uma empresa fabricante de máquinas pesadas. É incrível ver como todos os desenhos, compras e reuniões resultavam em um produto sensacional ao final.
Isso é engenharia!
Uau, que interessante. Jamais imaginaria que o processo fosse assim!