Hoje, a resenha é de um livro muito bacana que conheci bem por acaso embora já lesse bastante uma das autoras. É o livro Educar sem violência: criando filhos sem palmada, da Ligia Moreiras Sena (do blog Cientista que virou mãe) e Andréia Mortensen (moderadora da página Crescer sem violência).
O livro chega num momento em que as pessoas estão discutindo falando sobre a Lei da Palmada mas eu acho que a questão é muito mais pelo enfoque do livro mesmo.
Além de aliar conceitos científicos, as autoras falam do quanto as crianças são/estão despreparadas emocionalmente e, por isso, precisam do suporte de um adulto (pai, mãe, babá, cuidador, professor) para o desenvolvimento emocional sem traumas e que quebre o ciclo da violência.
Para mim, um dos maiores aprendizados do livro foi a questão da causa e consequência. Não, não, o livro não é um manual do que fazer, mas ao relatar algumas histórias nos mostra de forma bem cuidadosa outros modos de educar. **e consegui que o Otavio ficasse mais de 10 dias sem castigo!!! UHHU!**
E a relação de causa e consequência mostrada no dia-a-dia melhora a percepção do filho. Há uma punição natural ao fazer algo “errado”. Não é dizer o não pelo não. Mas explicar por que não. Sabe quando o filho está se balançando apoiado em duas cadeiras e você diz: “Não faça isso porque você vai perder o equilíbrio e bater a cabeça”? Pois é… aconteceu aqui em casa ontem – é sério!… você diz para não fazer, explica o motivo e a criança opta por continuar ou não. Mas, se ela se machucar, vai entender claramente a consequência de não ter obedecido.
Claro que estou falando de situações onde temos o controle hein? Nada de deixar as crianças no parapeito da janela sem grade ou tela de proteção, andando livremente! #entendedoresentenderao
Aqui em casa não somos a favor da palmada, mas dou uns berros de vez em quando #quemnunca…. Mas gritar é violência também né? Conheço muitas pessoas que não podem ouvir berros e discussões (mesmo que alheias) e que já se desestabilizam emocionalmente. Com certeza
E, para finalizar, um dos pensamentos que me arrebata e que eu já tinha lido em algum lugar bacana, é aquele argumento de pais que sofreram violência ao longo da vida: “Apanhei e sobrevivi”. Pois é… mas sobreviver é o suficiente? É o bastante? Você quer que seu filho viva bem ou sobreviva? Com baixa auto-estima, repetindo o ciclo de violência e triste?
Espero que gostem do livro!
SERVIÇO
Educar sem violência: criando filhos sem palmada
Autoras: Ligia Moreiras Sena e Andréia Mortensen
Editora SUMUS
R$ 37,90
beijos
Lele
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Oi, Lele. Aqui em casa sempre me dói quando meu marido vem com essa frase: “Apanhei e sobrevivi” ou “Dei um tapa e deu resultado, ele parou”. Como psicóloga e com um trabalho focado em trauma, percebo no discurso de muitos pacientes que sofreram traumas na infância (desde leves a pesadíssimos!) que marca sim. Não é porque é eficiente que é a única maneira de fazer! Isso sempre deve-se ter em mente, em qualquer momento da educação dos pequenos. Fiquei curiosa para ler o livro, vou procurar. Obrigada pela dica.
Oi Deise!
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Concordo exatamente… e mais: eficiente até quando?
O livro é ótimo. Vale mesmo a leitura.
beijos