Menos mãe ou mais mãe

Nessa época do ano as mídias estão todas voltadas para a mães já que o nosso dia é comemorado no próximo domingo, dia 11. E tem comercial de todos os tipos, aqueles que apelam, aqueles inteligentes, aqueles super emotivos e, claro, aqueles da mães idealizadas, heroínas e blá blá lá.

#151810914 / gettyimages.com

Já falei sobre a minha aversão ao rótulo de mulher maravilha e também sobre o quanto a decisão de ser mãe demorou para ser tomada por mim. Mas, próximo a essa data eu faço sim minhas reflexões.

As redes sociais e os blogs maternos estão aí o tempo todo cheios de julgamentos sobre a maternagem alheia. E já falei também aqui o quanto essas guerras maternas são imbecis… É um tal de rotularem as que são menos mãe ou mais mãe. Uma bobagem, na minha opinião mais sincera.

Não vou fazer aqui nenhum tipo de comparação mas também não vou passar a mão na cabeça de ninguém. Fato é que, independente da relação (mãe e filho, marido e mulher, chefe e funcionário), só damos aquilo que temos, seja carinho, tempo, amor ou atenção (para ficar só no básico e não entrar em assuntos mais tensos como educação, ética, civilidade etc).

Como cobrar de uma mãe atenção se ela não sabe o que é isso? O ser humano em geral comporta-se a partir de modelos e tem sempre duas opções (pelo menos): repetir os modelos ou fazer diferente. E, se essa mãe teve uma infância onde lhe faltou atenção (para não mudarmos o tema), dificilmente ela saberá como lidar com a demanda de atenção de um filho…

Isso a torna menos mãe? De maneira nenhuma… Ela não conhece outro modo de ser… Trabalha a partir do modelo pelo qual foi criada e educada. E, se engatamos o piloto automático, dificilmente faremos questionamentos sobre nossas condutas. Sempre acharemos que a criança é birrenta, que dormiu pouco, ou que está com fome, e assim por diante. É mais fácil culpar o outro do que olhar para dentro.

Nesse dia das mães eu faço um convite às mães: olhem para si. Apenas para si! Não se comparem com ninguém, não julguem outras mães, apenas olhem para si e pensem se vocês estão sendo as melhores mães que podem ser. Questionem suas condutas, façam um exercício de projeção e pensem onde vocês e seus filhos chegarão a partir da relação como ela é hoje.

Só a partir desse exercício íntimo e sincero é que você, e apenas você, poderá dizer se está sendo menos mãe ou mais mãe.

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Feliz dia das mães para você!

* Esse post foi fortemente influenciado pelo livro “O poder do discurso materno” de Laura Gutman que, na minha opinião, deveria ser lido por mães, pais, cuidadores e educadores!

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