Acho que mesmo quando eu estiver velhinha, e meus filhos grandes, não vou me acostumar com os sustos que da maternidade. Ter filhos é viver experiências lindas, maravilhosa, incríveis, mas também difíceis, escatológicas e assustadoras mas nem sempre em igual medida.
O ser humano é movido pelo MEDO e quando esse medo o deixa se mover, é melhor procurar ajuda. Mas, por sorte, sou daquelas que enfrenta os medos e depois vai chorar no chuveiro ou debaixo do cobertor… 
Há pouco mais de 10 dias, peguei Otavio na escola – já mais tarde por conta das aulas de Judô e fui fazer hora na minha mãe enquanto aguardava a Isa sair do Inglês que é feito na escola, pós-aula, com professores e métodos do CCAA. 18h20 toca meu celular com o número da escola.
Toda mãe entra em pânico quando a escola liga né?
Atendi e a secretária não conseguia falar direito… gaguejava, estava nervosa. Eu que estava calma até então – achei que podia ser uma falta da professora de inglês, peguei Otavio correndo e desci voando as escadas para a garagem sem nem me despedir direito dos meus pais.
Resumo: Isa havia caído e batido a cabeça. Devíamos ir para o hospital, segundo a secretária. Em menos de 5 minutos estava na escola, nesse meio tempo falei com o marido, com a minha irmã e tudo acertado para deixar o Tato lá, pegar o Ota e irmos para o hospital. Chegando na escola, Isa estava sentada, consciente e ao me ver disse a frase que partiu meu coração em um milhão de pedacinhos:
Mãe, você não está brava comigo né?
OMG! Por que eles fazem isso com a gente? Não, eu não estava brava. Estava MEGA assustada.
Isa se cortou em nossa viagem para Orlando, foi um corre-corre e um susto sem fim. E dessa vez, novamente ela, minha menina super cuidadosa, tranquila, caiu e se machucou…
De lá para casa e de casa para o hospital foi rápido. E lá ficamos por apenas 40 minutos. Apesar do hospital cheio por conta das doenças do outono, com emergência vai tudo mais rápido. Saímos, ela tranquila apesar da anestesia e dos 5 pontos.
Pegamos o Tato na minha irmã. Chegamos em casa. Rotina de banho, lanche, relax antes de dormir e, quando deitei na cama, desabei a chorar.
Ninguém disse que seria fácil mas precisamos mesmo passar por tantos sustos?
Sei que eles ainda estão numa fase que eu consigo controlar algumas coisas mas, logo mais, não será susto, será medo mesmo. Da rua, dos relacionamentos, dos perigos da vida, das decepções pelas quais eles passarão… E as mães que precisam levar seus filhos para cirurgias, exames complexos, descobrem doenças e/ou limitações. Tudo isso vai além do susto corriqueiro e, digamos assim, normal.
Meus filhos são saudáveis e eu preciso agradecer todos os dias por isso. É mesmo uma bênção sem tamanho.
Mais do que um corte, uma cicatriz ou uma história para contar, cada novo susto da vida deles em desenvolvimento deixa uma marca em nós, mães e pais. Sim, tudo isso os fortalece, são aprendizados inevitáveis mas eu ainda não me sinto preparada para viver tudo isso.
Vocês estão?
Beijos
Lele
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por Felipe Viana
Ai, Lelê.
Pois é, não precisava ser assim, né?! E isso porque, como você bem escreveu, temos filhos saudáveis, tranquilos.
Mas, como também escrevi, sentir na pele faz crescer.
beijos