Dia desses rolou, mais uma vez, a discussão sobre parto normal x parto cesáreo e aí vou dizer que a preguiça me bateu… Não porque o assunto não valha a discussão, mas porque a forma como algumas pessoas entram nela é que não vale a pena.
Eu sou a favor de que cada um faça o que é melhor para si, seja lá o que for. Se a pessoa acredita e tem informações suficientes para isso: ok, vá em frente.
O problema acontece quando o nível de preocupação com a gravidez está apenas naquele que eu chamo de, sem querer ofender o setor, perfumaria.
No conceito que eu elaborei são todas aquelas coisas que realmente não fazem a menor diferença no seu dia-a-dia de mãe mas que deixam o cenário, por assim dizer, mais bonito.
Decoração do quarto, chá de bebê, enxoval em Miami, lembrancinhas da maternidade, enfeite de porta e por aí vai. Tudo perfumaria. Claro que é uma delícia pensar em todos esses detalhes mas, veja bem, são detalhes.
Durante a minha primeira gestação passei muito tempo lendo, me informando, tentando, de alguma forma, me preparar para o momento do parto, do nascimento da minha filha e da mudança de vida que, embora eu soubesse que aconteceria, não tinha dimensão real do que seria.
Os livros foram importantes? Sim, muito. Mas foram suficientes? Não, jamais. E por que? Porque não há livro no mundo que retrate o seu universo particular a partir do nascimento do seu filho. Os medos, as inseguranças, as certezas, o vínculo, o parto… tudo isso é construído diariamente e depende de cada um dos envolvidos no processso.
E aí a pessoa diz: “eu escolho parir como quiser”, vai lá e faz uma cesárea me desculpe, não sabe nem o significado de parir e quer dar seu pitaco… Vai se informar primeiro, consultar o dicionário e depois vem conversar sobre algo além da perfumaria da maternidade.
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por Felipe Viana
