Qual vai ser a altura do meu filho?

Vou contar uma historinha que meus amigos old school estão cansados de ouvir… heheh

Tenho 1,83m de altura desde os 14 anos. Vocês conseguem imaginar?
Pois é! Eu cresci muito rápido e depois (thanks God!) parei de crescer. Sempre fui a última da fila, sempre foi difícil achar roupa e sapatos para mim (hoje em dia é fácil mas naquela fase era teeenso).altura do meu filho

Eu era a própria personagem do cinema burlesco, desengonçada, atrapalhada, não sabia onde colocar braços e mãos, me enroscava na porta, tropeçava em qualquer degrau… seria cômico se não fosse a minha tragédia pessoal!!!! (drama!!)

Com o tempo fui aprendendo a lidar com a minha altura e a gostar dela, o que é mais importante.

Tive namorados de todos os tamanhos (de 2,05m a 1,73m) e me casei com o Ota que é 10cm menor do que eu.

A altura dos meus filhos SEMPRE foi uma preocupação para mim.

Eu sabia que eles seriam altos, esse não era o problema. Só não queria/quero que sofram como eu sofri por serem tão diferentes dos demais.

Mas afinal, quando se preocupar com o crescimento dos filhos?

Na família do Ota temos uma sobrinha que teve problemas de crescimento, ao contrário do meu, ela não estava crescendo da maneira adequada.

Geralmente os distúrbios do crescimento passam despercebidos até a idade escolar, quando se torna evidente a diferença de altura em comparação às outras crianças da mesma faixa etária. É comum que crianças com baixa estatura grave passem a ser alvo de brincadeiras frequentes e até mesmo bullying. Ao longo da vida, elas podem desenvolver complexos que afetam seu comportamento psicossocial, gerando isolamento, baixa autoestima, entre outros.

Diversos fatores podem impactar no crescimento, como o déficit nutricional, problemas hormonais e até mesmo doenças genéticas ou crônicas. Algumas dessas condições podem interferir na produção do GH (hormônio do crescimento) pelo organismo e levar à baixa estatura na vida adulta.

O diagnóstico tardio compromete o melhor resultado do tratamento, pois o que foi perdido em fases anteriores pode não ser totalmente recuperado. Por isso, é importante que os pais não deixem de fazer o acompanhamento da curva de crescimento junto ao pediatra e busquem orientação do endocrinopediatra, caso a criança apresente alguma alteração.

“Ao perceber a necessidade de tratamento, o pediatra encaminha a criança para o endocrinopediatra. Em várias indicações, o tratamento inclui a reposição do hormônio com injeções diárias até o fim da fase de crescimento”, explica Carlos Alberto Longui, chefe da Unidade de Endocrinologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, presidente da Sociedade Latino-americana de Endocrinologia Pediátrica (SLEP), que será chairman do primeiro encontro “360º em Endocrinologia LATAM”, evento que reunirá especialistas de toda a América Latina para discutir o tema.

Nossa sobrinha toma as injeções até hoje, e ela já tem 18 anos. São hormônios de crescimento e o tratamento dela é feito no HC aqui em São Paulo.

A falta de adesão tem sido apontada pelos especialistas como a principal causa de falha no tratamento¹. “Deixar de tomar a dose diária de GH não aparenta um impacto imediato na saúde do paciente, por isso, não é raro que os pais omitam algumas aplicações. E com isso, os resultados esperados não são alcançados,” comenta o Dr. Longui.

Hoje, pacientes e médicos podem contar com o apoio da tecnologia para ter um melhor acompanhamento do tratamento. Através de uma plataforma digital, é possível que o endocrinopediatra tenha acesso a informações precisas do histórico das aplicações e com isso acompanhar o tratamento de qualquer lugar a qualquer momento. Ao conectar aplicador que facilita o tratamento na base, os dados são enviados para a nuvem, permitindo que o especialista tenha uma visão mais detalhada e rápida da adesão ao tratamento.

Projeção da altura na idade adulta

Embora muitos fatores possam influenciar no crescimento, é possível estimar a altura que uma criança terá na vida adulta a partir da fórmula elaborada pelo pediatra britânico James Mourilyan Tanner, que se baseia na herança genética.

O cálculo da fórmula de Tanner é simples e muda conforme o sexo da criança.

Para meninas:
Faça média da altura dos pais em centímetros (altura do pai somada à altura da mãe, dividido por 2) e subtraia 6,5. O resultado será a altura aproximada em centímetros da menina na idade adulta.

Por essa fórmula, a Isa deverá ter cerca de 1,71cm

Para meninos:
Faça média da altura dos pais em centímetros (altura do pai somada à altura da mãe, dividido por 2) e some 6,5. O resultado será a altura aproximada em centímetros do menino na idade adulta.

Já o Otavio, terá 1,84cm

Essa fórmula não é exata e pode sofrer interferência pela compatibilidade da idade óssea com a cronológica e também se a puberdade se iniciar próxima à média esperada para o sexo (10 anos para meninas e 12 anos para menino). Acelerações da idade óssea ou antecipação puberal determinam perda de previsão da estatura final em relação ao alvo genético.

Para mais ou para menos, a altura é sempre um ponto de atenção no desenvolvimento das crianças.

É importante estar atento e consultar os especialistas.

beijos
Lele

 

 

Referências:
1Growth Hormone Treatment Adherence in Prepubertal and Pubertal Children with Different Growth Disorders. Hartmann et al. Horm Res Paediatr 2013;80:1–5

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2 comentários em "Qual vai ser a altura do meu filho?"

  1. Adoei o texto e achei super interessante pelo ponto de vista que é um assunto que não pensamos muito a respeito. Achei muito esclarecedor.
    Obrigada!

    1. Obrigada pela visita e pelo comentário!
      beijos

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