Saudades da infância

Tenho saudades da infância dos meus filhos. 

É, já tenho saudades! De ouvir as risadas soltas e sem qualquer pretensão, dos brincadeiras simples mas que divertem por dias a fio, das frases engraçadas, das palavras trocadas, das perguntas difíceis.

Sinto saudades de por no colo, de deitar ao lado e fazer companhia até dormir, de ficar observando aquele sono que revigora ambos, mãe e filho.

Já sinto saudades dos por ques, dos já já, dos desenhos e DVDs da primeira infância, dos brinquedinhos de morder, dos livrinhos de pano, até dos chocalhos barulhentos.

E do cheirnho de bebê? Das perninhas cheias de dobrinhas? Dos pezinhos? Das caretinhas enquanto eles dormiam? Daquela roupinha especial que usaram assim que nasceram? Do primeiro sapatinho?

Isabela com 2 anos e Otavio com 2 meses! Que saudades da infância!

Inseguranças

Até das inseguranças dos primeiros dias eu tenho saudades, porque hoje parece que não posso mais errar, sou mãe experiente. Mas quem disse que as mães são experientes porque tiveram mais de um filho? Tenho saudades de tudo, da simplicidade com que tomei cada decisão em relação a eles, sem cobranças, sem julgamentos, sem tanta exposição. A ignorância, em certos momentos, é o passaporte para a sanidade.

Dúvidas

E das dúvidas “bobas”? Também sinto saudades… Será que mamou o suficiente? Tenho leite? Acordo para mamar ou não? Regurgitou ou é refluxo? E esse soluço? E essas bolinhas? Troco a fralda antes ou depois da mamada? Dormir enrolado ou solto? Ligo ou não pro pediatra? Febrinha, febrão, hospital?

E tenho saudades mesmo parecendo exagero, porque eles crescem numa velocidade que, de uma hora pra outra, você é só presença (ou motorista) e não mais cuidado ou companhia. Sei que ainda tenho muito de cuidados e companhia pela frente, mas queria mais. Congelar o tempo? Parar o relógio? Não, nada disso é possível então, só me resta curtir cada minuto deles comigo enquanto eles ainda me querem fulltime.